29 de março de 2008

Escolhas de uma Vida



A certa altura do filme “Crimes e Pecados”, o personagem interpretado por Woody Allen diz: “Nós somos as somas das nossas decisões”. Esta frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do cepticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser. O destino pouco tem a ver com isso, até porque nós temos livre arbítrio. Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção vamos tecendo essa tela que se convencionou chamar “ minha vida”.

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de actriz, será quase impossível conciliar com arquitectura. Se for psicologia que se almeja, pouco tempo sobrará para fazer o curso de odontologia. Não se pode fazer tudo.

No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vai e vem de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal ou com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir quando se findam, ou casa, através do casamento fundar um micro empresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços. Escolha.

Morar em Londres ou numa chácara? Ter filhos ou não? Posar nua ou ralar atrás do balcão? Correr de kart ou entrar para um convento? Fumar e beber até cair ou vegetariana e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada seis meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos fins de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não ter quando se está cansado, viver de poesia e dormir num hotel de cinco estrelas. Não há como.

Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece à nossa volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que reflectir o que a gente é. Lógico que se devem reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Quanto menos a gente errar, melhor.




Gostei imenso deste texto de Marta Medeiros. Muitos de nós, estão neste momento confrontados com esta situação. A indecisão, o medo de errar, a angustia, o peso da responsabilidade assumida são sentimentos comuns a todos nós, nesses momentos. Não é fácil... por isso, antes de tomar qualquer opção temos de, reflectir, pensar naquilo que mais gostamos, naquilo que queremos, com aquilo que nos identificamos e depois, com firmeza, ir em frente, pelo caminho escolhido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá,Ana! Como estão seus filhos?Tenho pedido muito a Deus por els e principalmente pelo Cláudio.Adorei sua mensagem...estava mesmo precisando ler um texto deste! Amei! Tudo de bom e dias abençoados prá vcs!!Beijos...Cristina.